Paixão inquietante
19/09/2025
00:34
Essas horas da noite (ou da madrugada, não sei dizer), sempre fico pensativa sobre a vida. Acho que foi a terceira xícara de café que eu tomei que me deixou levemente alerta.
Estava pensando sobre como a paixão é inquietante. Meus olhos se encheram de lágrimas agora, sem motivo aparente (e nem escondido). Eu acho que tenho medo de me apaixonar.
É sempre muito estressante gostar de alguém. É uma nova pessoa na sua vida, na sua rotina, nos seus pensamentos e mesmo que você não queira, aquilo rouba grande parte do seu dia.
"Aquilo" seria o sentimento, o incômodo no peito. O que ele está fazendo? Será que está pensando em mim? Ele já deve ter se cansado de falar comigo. Ele está mentindo pra mim. Será que ele está falando com outras? Deve ser tudo uma grande ilusão.
E essa voz irritante continua gritando, parecendo querer impedir o coração de fazer besteira. Mas o coração é surdo, é claro. Coração aceita pouco.
Pela primeira vez eu conheci um cara realmente interessante. Ele é bonito, fofo, romântico, tem um bíceps bastante agradável (Deus sabe o quanto eu queria um homem com um bíceps agradável) e tem atitude.
Atitude até demais.
O medo sempre me impediu de fazer bobagem. Mas agora eu quero fazer bobagem. E eu me sinto mal por isso. Eu não queria me apaixonar por um cara que respondeu meus storys no insta, sabe? Mas aconteceu.
E eu não quero que isso dê errado. Estou tentando me impedir de levar isso mais a sério do que deveria, de me importar demais e me deixar levar. Mas ao mesmo tempo eu quero levar isso a sério, eu quero me importar demais e eu quero me deixar levar.
O passado dele é maior que o meu. Eu nunca tive experiências românticas de verdade e ele já. É como se eu fosse só uma criança boba. Uma menina inocente. E eu odeio esse sentimento. De não saber se ele realmente gosta de mim ou se está só tentando cobrir um buraco no coração e acabar com a própria carência.
Na minha cabeça, é super plausível o cara gostar de mim depois de um dia de papo, mas ao mesmo tempo é muito bizarro. Ele não deve bater muito bem da cabeça. E nem eu, pelo visto.
Desde o primeiro dia eu orei. Orei pedindo que Deus me ajudasse com essa inquietação. Se for pra ele ser meu, que seja meu e se não for, que saia da minha vida. Mas eu queria muito que fosse. Eu queria. Dessa vez. Eu queria que dessa vez desse certo. Que fosse a minha vez de me apaixonar de verdade, de sentir aquele afeto dos filmes de romance que eu tanto amo. Será que é pedir demais, depois de tanto tempo sem alguém?
Talvez seja. Eu não sei. Não sei mais nada. É difícil demais. Ao mesmo tempo que eu não ligo, que eu só estou conversando com ele e nada mais, vamos ver no que dá, eu também ligo muito. Ligo mais do que eu deveria ligar.
Eu me sinto em paz falando com ele. Mas também em conflito. Me sinto feliz. Mas também triste. Eu sorrio conversando com ele. Mas choro quase uma da manhã pensando que eu não quero que ele seja só mais um "talvez".
"Se for pra ser será" é o que eu sempre digo. Eu preciso ouvir mais a mim mesma, a maior conselheira amorosa do mundo. A que ajuda todo mundo, mas que não sabe se ajudar. A que ama a paixão, mas não sabe se apaixonar.
Por que é tão difícil? Tão irritante? Tão inquietante? Eu nem vi ele pessoalmente e já criei mil cenários. Já peguei uma trena e vi a altura dele em comparação a minha. Já vi e revi as postagens dele.
Se apaixonar é saudável? Eu acho que não. Pelo menos, não pra mim. Eu me sinto doente. Atormentada. Confusa. Feliz. Esperançosa.
Eu queria muito me permitir. Queria me deixar amá-lo, nem que eu me decepcionasse. Queria ir com a onda. Queria sentir uma paixão boa e alegre.
Mas não. Eu tenho receio. Eu me impeço de confiar totalmente. Então eu fico com essa paixão boba que me deixa inquieta e nervosa.
Se der certo, mostrarei esse texto pra ele rindo de como eu era idiota. Espero que isso aconteça. Que eu me ache ridícula por ser ansiosa e pensar demais nas coisas, quando, na verdade, era uma situação muito simples.
Por enquanto, fico por aqui. Idiota, ridícula, ansiosa e pensando demais. Porque é nisso que essa paixão inquietante me transforma.
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